terça-feira, 21 de junho de 2011

Oriente


Ao ler o post anterior, e por ter colocado especificamente a palavra “Oriente”, me veio à lembrança que passei a dar um novo sentido a essa palavra a partir de uma reflexão que tive a grata satisfação de ler, há um bom tempo atrás, quando participava de um fórum de discussões em que um amigo participante - muito espiritualizado, por sinal -, colocava a palavra “orientar-se” com um sentido até então despercebido por mim. E creio que esse sentido também passe despercebido por muitos.

Sim, porque quando falamos em cristianismo, ou quando lançamos olhares para a ideologia cristã, nunca passaria pela nossa cabeça que a mesma - sendo vista por um olhar ocidental/moderno -, fosse originária de uma região do planeta que guarda uma rica caminhada em termos de espiritualidade; como se o cristianismo sempre fosse um produto ocidental, ou sempre fizesse parte do contexto ocidental, não vislumbrando que a origem do mesmo se deu a partir de uma região que hoje, modernamente, conceituamos como sendo o “Oriente”.

Não vou adentrar em procurar a razão de que há um “esquecimento” histórico de forma proposital ou não, nessa origem do cristianismo - pois seriam muitas linhas a serem colocadas nessa reflexão -, mas na importância de saber que a “ocidentalização” do cristianismo se deve à saída do cristianismo das catacumbas, emergindo rumo aos palácios e tomando corpo junto ao estado de então. Pois até então, o cristianismo era algo exótico ao Império pagão, que por esse tempo estava preocupado com o que sempre se preocupam os impérios, ou seja, a manutenção das conquistas materiais. E se a “ocidentalização” do cristianismo seria algo inevitável, ou até mesmo necessária aos Planos Divinos, aí cabe outra reflexão. Mas, o importante é saber que a despeito da conjuntura histórica que mesclou os dois caminhos humanos (um material e outro espiritual), originando o cristianismo que conhecemos até então, resgatar essa origem oriental do cristianismo seria dar um sentido puro à espiritualidade cristã, um sentido que talvez seja mais de acordo com as aspirações e inspirações de muitos que sempre guardam um olhar ameno a respeito da espiritualidade cristã, fazendo com que a palavra “orientar-se” ganhe um sentido de dar menos vazão aos anseios, devaneios, corridas, e outras parafernálias comuns ao meio ocidental moderno em que nos encontramos; parafernálias essas, resultado da ideologia reinante em tal sistema econômico (capitalismo), que dá ênfase ao ter para ser, ao materialismo como sendo a última palavra a permear uma existência.

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