domingo, 23 de janeiro de 2011

Escrita e Espiritualidade

Na seara da espiritualidade temos que em muitos momentos o que motivou e ainda motiva os homens a observarem preceitos que remetem a um plano sobrenatural, ou transcendental, é a obtenção de uma condição favorável de existência, tanto agora em termos humanos, quanto depois em termos espirituais; não há muitas saídas disponíveis para um ser literalmente material que depende das condições materiais para a manutenção da própria existência.

Para haver um “desdobramento” é necessária, antes de tudo, uma ação direta do Ser Supremo, do Criador de Tudo, com o fito de fornecer os elementos essenciais que promovam essa visão além dos limites estabelecidos aos homens enquanto seres literalmente materiais. E o interesse despertado para o Criador passou e passa graças a uma ação direta do Mesmo na história humana, e essa ação direta é a que está mais acessível em termos de espiritualidade ao homem ocidental.

A escrita foi desenvolvida no desenrolar do processo evolutivo engendrado pelos homens na face da terra e que tinha enquanto meio de comunicação a finalidade de ser um instrumento a mais que facilitasse a caminhada da humanidade em direção a esse mesmo quadro evolutivo antes de tudo social, mesmo que sob um aspecto meramente econômico. Essa reflexão se acha necessária para observarmos que se a escrita teve um papel importante nesse momento evolutivo humano, essa mesma escrita desenvolvida para facilitar as relações humanas em termos de relações sociais, também serviu como instrumento difusor da ação de Deus em um momento específico, ou em momentos específicos da história da humanidade.

Homens impelidos ou que se achavam e se diziam impelidos por Deus se utilizaram da escrita para fins imediatos e que acabaram por colocá-la como um instrumento importante para difundir a ação de Deus até os dias atuais. E o mundo ocidental atual, herdeiro direto de uma vertente dessas ações diretas - e indiretas - de Deus no Oriente, tem hoje à disposição um instrumento importante para o conhecimento dessa ação direta de Deus que fora registrada pelos que de alguma forma estiveram à frente desta ação e que conseguiram perpetuar a mesma, primeiramente sob a condição oral, para depois ser registrada na forma escrita.

Outra reflexão recai na possível constatação de que ao homem ocidental, herdeiro e influenciado diretamente pela revolução burguesa e seus ideais absolutamente materiais, esse instrumento - a Bíblia - marca maior da importância da escrita para a espiritualidade cristã, se torna o melhor e talvez o único meio a muitos, de obterem essa visão da ação direta de Deus na história e, consequentemente, a conquista de uma perspectiva sobrenatural.

Então, a escrita seria uma condição benéfica e auxiliadora na promoção de uma abertura dita espiritual, ou na obtenção de um novo enfoque da vida, na vida. A Bíblia seria, enfim, uma espécie de portal indispensável nos dias atuais que promove a “libertação”, transcendendo frente a todos os outros ideais já maquinados pelos homens.

Uma reflexão bem mais audaciosa estaria na constatação de que aos homens ocidentais em geral restaria somente esse instrumento ou essa forma mais à mão como meio de obter essa outra visão extraordinária da realidade, dado que se acha concentrado nesse instrumento o modo mais eficaz, onde temos o porquê, a razão dessa perspectiva sobrenatural, posto que existem outros meios que requerem uma carga de despojamento ou de discernimento não-condizente com o imediatismo imposto nas existências humanas ocidentais.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Exemplo


Nesta semana, mesmo de férias passo o dia resolvendo algumas pendengas que não deram tempo de serem resolvidas antes, e me deparei com um momento ímpar em termos de espiritualidade. Simplesmente cheguei à conclusão de que para os cristãos não é necessário se expressar, seja de forma oral ou escrita, sobre a sua condição em termos espirituais, porque muitos cristãos se tornam literalmente como "luzeiros", exemplos, que mesmo sem o perceber, ou mesmo sem o querer se tornam como tais. E há muito tempo já tinha observado essa condição especial de pessoas simples que mostram-se como "luzeiros" em meio às trevas seculares. E daí que vem a lição de que não há a necessidade de se demonstrar que se está trilhando determinado caminho espiritual, mesmo sabendo do preceito bíblico de levar a Boa Nova a todos, mas creio que a muitos cristãos o "ser cristão" já se torna uma forma da Mensagem ser passada adiante, pois a mudança operada ou em desenvolvimento em alguém que pretende trilhar tal Caminho já se torna algo perceptível, não somente aos próximos como aos que tomam contato com tais pessoas que se iluminam e iluminam o caminho dos outros.