domingo, 27 de março de 2011

Momentos II



Outras fotos do Rio visto de cima, do Cristo Redentor, com a sua geografia peculiar e altamente inspiradora.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Momentos


Alguém já disse que "recordar é viver". Concordo em parte, pois se ficamos presos ao passado é porque já não se tem muito futuro pela frente. Mas existem momentos em que vale a pena reviver, lembrar, e as fotos existem devido a essa função de nos mostrar uma realidade sublime vivida e que foi "congelada".
Momentos áureos, quase aéreos, que nos fazem lembrar dos altos, das conquistas, das glórias esquecidas, mas que um dia foram alcançadas.

Escrita Divina

Encontra-se, em muitas palavras escritas, uma fonte inesgotável de aprendizagem, de ensinamentos, principalmente nessa área mais afeita à espiritualidade; e a Bíblia seria esse exemplo maior de como as palavras escritas nos dão um bálsamo em certos momentos de nossas existências. Mas nem sempre. Pois às vezes os rudimentos do mundo, ou o mundo em si parece englobar todas as nossas atenções e nos vemos submetidos à realidade que nos circunda.

Mas, por incrível que pareça, mesmo com o nosso foco totalmente voltado para a realidade que nos apresenta, o mundo, essa mesma realidade nos faz voltar os olhos novamente para o Criador. E esse olhar se acha presente exatamente em momentos em que a realidade parece não permitir o olhar direto para as palavras escritas contidas na Bíblia. Então o olhar acaba “procurando”, se fixando em lugares, em inspirações, em momentos em que só nos resta “encarar” o Criador; ou o Criador, nesse momento em que estamos “despidos” de todas as certezas que o mundo aparenta oferecer, “aparece” de forma espontânea.

Lembro que li em um jornalzinho numa missa há algumas semanas, um artigo, dos muitos que se apresentam normalmente em um local específico nesse jornalzinho que leio aos domingos, em que o autor refletia sobre a Realidade Divina que parece ser o caminho natural ou o único caminho possível àqueles que estão de alguma maneira “esvaziados”, seja no sentido material, seja no sentido espiritual, ou com um “vazio” interferindo ou patrocinando a existência do outro “vazio”, e vi naquele momento como a escrita pode ser importante para desenvolver ideias e permitir “iluminações” instantâneas, aonde de tudo que se lê, a despeito da imensa quantidade de informação que pode dificultar a assimilação, sempre, em alguma leitura como essa que coloquei, acaba-se por “guardar” por mais tempo ou indefinidamente alguma lição, de tão tocante e esclarecedora naquele momento.

Sim, deve-se não só permitir como procurar fomentar essa saída Divina e Única a todos os que se acham frente ao Criador de tudo, pois de um jeito ou de outro é com Ele que "encaramos" em algum momento da existência.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Receita

O que aprendi na vida – e continuo aprendendo – é que por mais que queiramos que tudo aconteça de acordo com o que planejamos, quanto mais queremos, quanto mais planejamos, quanto mais almejamos, e isso em todos os setores da vida, aí é que as coisas teimam em não acontecer.

Por vezes, em outros momentos, deixei o barco me levar sem pressa, sem ansiedade, e sem mais e nem menos as coisas aconteciam. Coisas deslumbrantes, sem fazer muito empenho para consegui-las, aconteciam. Mas quando me centralizava em algo e tornava o foco centralizado na busca de realizar um ideal, tudo era mais difícil.

Aprendi que tudo na vida tem o seu tempo, e antes das conquistas materiais ou qualquer outro tipo de conquista, deve-se tentar atrelar uma Conquista Maior (Deus), porque somente com essa Conquista Maior é que outras conquistas acontecerão, ou aprenderemos a valorizar as antigas e recentes conquistas; ou melhor, ficamos independentes da necessidade de conquistas, pois com a Conquista Maior o mundo, a vida, todos ganham um novo contorno.

E hoje me falaram algo que já sabia e é bom ouvir dos outros em conversas informais: que não existe melhor coisa do que a alegria provinda de Deus, que tudo abastece, e só quem entende e sentiu é que sabe do que se trata essa “alegria de Deus”.

Uma “receita” para conseguir essa “alegria”? Existem muitas, mas cabe a nós procurarmos conquistar essa alegria, de um jeito ou de outro. Enquanto não há um “abastecimento” dessa Verdadeira Alegria ficamos mergulhados e decifrando, analisando; numa palavra, procurando entender e trafegar em um mundo aonde todos os caminhos se tornam apenas uma maneira de trafegar, mas que se atrelados aos rudimentos acabarão apenas por bailar por estruturas físicas sujeitas ao tempo.

O mundo é belo e esse mundo serve muito bem de inspiração. E a inspiração nasce apenas de uma subida em um serra na busca de vislumbrar uma luz cintilante que seja, naquele céu nublado. A luz pode não ser visível, ou ter ficado visível, mas o importante é que houve uma aproximação de uma luz inatingível, mesmo que o céu nublado e/ou a distância teime em não deixá-la visível.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Noite Diferente

No início dessa semana fui a um local que há muito desejava conhecer, e o motivo de minha ida não foi somente pela curiosidade, já que há muito ouvira falar desse lugar diferente. Trata-se de uma das duas vertentes mais conhecidas na cidade da chamada Renovação Carismática da Igreja Católica. A outra eu já conhecia, mas faltava conhecer essa, e houve essa oportunidade devido ao fato de minha filha caçula fazer a Crisma; e a escolha desse lugar se deu mais devido ao horário que a mesma oferecia, pois o horário noturno em um dia específico da semana não atrapalharia as atividades normais e horários já estabelecidos, apesar do deslocamento àquela hora ser atrapalhado pela distância e os resquícios de engarrafamento, ou congestionamento no trânsito.
Chegando ao local noto ao longe, no local aberto e coberto que serviria de auditório, um adolescente numa bateria e um senhor de meia idade agarrado a um violão, ambos afinando os instrumentos e fazendo alguns acordes. A noite prometia.
Depois de todos sentados em lugares dispostos, começamos a ouvir o que deveria ser o líder espiritual, ou seja lá o que for, mas que fazia-se de mestre-de-cerimônias e fez a apresentação do local; e fiquei sabendo que aquela vertente fazia parte de uma paróquia próxima, era como um anexo especial em que aconteciam encontros e missas.
Mas o que mais me chamou a atenção não foi a vertente em si, já que já tinha uma ideia do que se tratava devido conhecer a outra vertente, que seria até mais conhecida na cidade; mas no discurso proferido pelo líder espiritual, que contou que ao contrário de antigamente em que os adolescentes eram praticamente obrigados a fazer a Crisma, hoje são os próprios adolescentes que procuram fazer, até antes mesmo da idade ideal que seria de quinze anos, em um sinal claro que uma parte da juventude está a necessitar de um apoio espiritual para fazer frente à loucura em que se tornou o mundo atual.
Não estou falando de adolescentes que estejam em situação de risco, ou de pessoas que estão procurando a religião - ou o desenvolvimento de uma espiritualidade - com a finalidade de fugir de uma realidade mais cruel em termos existenciais, estou falando de jovens de classe média, bem nutridos, bem vestidos, com ótima aparência, buscando uma vertente diferente e se esquecendo, ou se distanciando, ou fazendo frente aos apelos consumistas inerentes à idade
e à própria classe social.
Sou realista nesta seara. Penso que apenas uma minoria dos jovens nessa faixa etária acabam por se engajar mais demoradamente, seja nessa vertente, seja na vertente tradicional da religião, mas foi bom ver jovens que estão mais engajados pelo menos temporariamente. E naquele momento haviam os monitores, tão adolescentes quanto os que estavam começando a Crisma, que faziam a parte de "enturmar" aquele grupo e o fizeram com maestria, pois logo após alguns cânticos com letras de músicas voltadas à adoração, esses jovens monitores que já haviam passado pela Crisma e se achavam engajados a tal ponto de não somente ficarem cantando e dançando de acordo com uma coreografia própria, mas a de colocar em prática a parte de levar para o "palco" a maioria daqueles jovens que estavam ingressando e que acabaram por também dançar e cantar literalmente.
Há alguns anos atrás com certeza uma imagem dessas me faria torcer o nariz, levando em consideração toda uma idealização construída e que passaria longe daquela manifestação, que aos olhos de qualquer um que não esteja tão afeito a algum tipo de espiritualidade, ou religiosidade, beiraria, no mínimo, a uma demonstração de total alienação. Mas hoje não, hoje, depois de muito percorrer esse caminho que está aberto a todos, ou de tentar percorrê-lo, mesmo que aos trancos e barrancos, com idas e vindas, hoje sei da importância que se deve atribuir a uma faceta da existência que, infelizmente, só é levada em conta, na maioria da vezes, ou numa tenra idade, ou numa idade mais avançada.

domingo, 13 de março de 2011

A Trilha

Romanos 15
4. "Ora, tudo quanto outrora foi escrito, foi escrito para a nossa instrução, a fim de que, pela perseverança e pela consolação que dão as Escrituras, tenhamos esperança".

A continuação desse capítulo bíblico, que se tornaria muito extenso se aqui o digitasse, continua a nos fornecer uma ideia de como as Escrituras mantêm em seu arcabouço uma leitura sempre atual, provinda de uma perspectiva sobrenatural construída há séculos.
Essa reflexão é apenas para colocar à disposição dos que gostam de ler aspectos relacionados à espiritualidade feitos por quem há muito procura caminhar sob essa perspectiva - e que chegou em um estágio de maturidade não só fisiológica e psicológica, mas espiritual -, e que através dessas experiências nessa área específica, as mesmas me permitem levar em conta o que "mandam" as Escrituras, porque as Escrituras realmente "falam".
Manter essa perspectiva e colocar essa perspectiva na ordem do dia, seja sob a forma de registrar experiências e reflexões acerca da mesma, seja através de leituras bíblicas, se tornou quase uma "ordem" quando assim me proponho a fazê-las, dado que por esse meio de comunicação - a escrita -, muitos conseguem vislumbrar esse aspecto na vida, e a escrita torna-se, assim, um dos meios possíveis de nos vermos incluídos nesta perspectiva sobrenatural.
Tenho esse meio de comunicação - a escrita -, em grande conta. Desde muito jovem sempre me pegava lendo algo, e da leitura à escrita foi um passo totalmente natural. Modéstia à parte, nos tempos de escola sempre me destacava ao escrever redações, pois escrever se tornava algo divertido de se fazer, ainda mais quando se tomava "contato", por esses tempos e através dos livros escolares, com um dos mestres da literatura nacional - Drummond -, e suas impagáveis crônicas. A escrita se tornou algo muito divertido.
Antes de traçar essas linhas e digitá-las no blog, tinha em mente digitar outras linhas a partir de uma visão que já havia colocado em outro blog (Azul no Mundo), em que mencionava o fato de que na infância, na época das férias, no interior do estado, na casa em que nos hospedávamos tinha uma serra quase como a continuação de seu quintal, e nesta mesma serra havia um Cruzeiro em seu cume.
Havia construído em minha mente uma metáfora que deveria ser digitada no blog, dando conta de que aquele Cruzeiro no alto da serra simbolizaria Algo a ser alcançado, e que muitos, uma vez avistando o dito Cruzeiro, seja no sopé da serra, seja ao longe, os mesmos se propunham a subir a sua trilha principal com a finalidade de alcançá-Lo.
Esse Cruzeiro literal não me foi possível alcançar na época de garoto porque o meu pai temia - já que conhecia esse caminho como se fosse a palma de sua mão -, que as cobras que ele tanto presenciou nas suas subidas, extinguissem de forma precoce a existência de um futuro blogueiro. Mas essa visão trazida da infância, me permite fazer hoje uma analogia entre o subir uma montanha apenas visando a adrenalina de uma escalada cheia de aventuras, com o subir a montanha atual, sob um prisma espiritual, mesmo que o Cruzeiro continue tendo uma visão literal.
Mas aí é que começariam os problemas, pois muitos, tomando por base o Cruzeiro literal, ampliam a visão literal-racional e colocam essa forma literal de ver as coisas como também fazendo parte do caminho, ou compondo o próprio caminho em si, considerando o caminho ao Cruzeiro como sendo um caminho literal tal qual se apresenta o Cruzeiro ao longe.
E nessa trilha especial acontecem as mesmas peripécias que geralmente acontecem nas trilhas literais da vida. Mas aí é que entra a tal da experiência nesse campo, vivida e propagada pelo blogueiro que escapou de ter a vida ceifada precocemente graças à atuação protetora de seu pai. O blogueiro adquiriu um grau de maturidade, que o permite ver que mesmo que a performance dos que se propõem a subir a trilha especial se mostre errada aos seus olhos, ele chegou à conclusão de que a performance errada se dá não por culpa dos "alpinistas", mas devido às condições propiciadas, adquiridas, conquistadas, aperfeiçoadas, atreladas, no intuito de conseguirem alcançar o Cruzeiro; que o erro começa com o tentar alcançar através de um caminhar literal; da corrida desenfreada; das cotoveladas inerentes ao modo em si; da competição; da busca sempre presente pelo poder, em qualquer grau de magnitude; e outros, como se estivessem numa trilha literal tal qual estão acostumados a trilhar na vida, procuram "facilidades" através do poder econômico, capazes de proporcionar uma ida mais confortável, como se fosse possível construir nesta seara escadas rolantes, elevadores, ou a utilização de helicópteros fosse uma realidade possível de acontecer, tamanha a materialização afeita e desenvolvida nesta trilha especial. E cotoveladas, rasteiras, uma "batalha" de todos contra todos, de grupos contra grupos é travada aonde menos se esperava que a mesma ocorresse.
Mas o blogueiro que escapou das cobras, do alto de seu desprendimento, se achando o sábio dos sábios nesta seara espiritual - ainda que estando sob uma condição material -, olha estupefato, assombrado, por vezes olhando com desdém aquela "corrida". Porque para ele que conseguiu atrelar a si uma Condição Especial que lhe permite um ponto de vista que sequer lhe permite olhar os "competidores" em ação, considerando a dita corrida engendrada pelos mesmos como infrutífera, o "alcançar o Cruzeiro" não se daria sob aquela forma dita literal, mas através da forma espiritual. Ou seja, o blogueiro chegou à conclusão de que se há a tentativa de se trafegar numa seara espiritual, nada mais de acordo que trafegar de forma espiritual pela dita seara; que deve-se "abandonar" o corpo nesta forma de buscar o Cruzeiro, porque o que vale é o espírito; que mesmo se alcançando o Cruzeiro literalmente, esse alcance tem como finalidade última o desenlace entre o corpo e o espírito.
Então, o blogueiro toma a si como um possuidor de todas as virtudes e de que é possuidor de uma visão especial naquela e sobre aquela trilha especial, e, portanto, possuidor de uma conduta correta no trafegar terreno rumo ao Cruzeiro. Mas de repente o blogueiro é "iluminado" e lhe vem à mente que até mesmo essa sua conduta tida por ele mesmo como exemplar se mostra equivocada; que mesmo se vendo em uma frente diferente rumo ao Cruzeiro, de repente o blogueiro chega à conclusão de que a chegada até o Cruzeiro, mesmo que sob essa condição especial que lhe pertine, não está atrelada ao mérito. Não é o mérito que define a chegada ao Cruzeiro, pois essa busca pelo mérito é apenas uma faceta mais visível do mundo terreno que procura também se fazer presente nessa Nova Caminhada.
Enfim, o blogueiro, no final das contas, se dá conta de que mesmo ele estando ou se achando estar em um relevo mais elevado espiritualmente, esse mesmo relevo tido como espiritual o estava levando a trafegar por um relevo material, e o seu "caminhar" se tornou tão literal quanto o caminhar daqueles que ele julgava como caminhando de forma errada, pois se eles estavam literalmente escalando a montanha, ele, o blogueiro, tentava chegar ao Cruzeiro por um outro caminho mais leve, planando, espiritualmente falando, mas tão literal quanto o caminho dos outros. Então se deu conta que estava sendo orgulhoso e vaidoso por ter aprendido a "voar".
Então, mais um vez o blogueiro ser deu conta de que o caminho ao Cruzeiro é fadado a todos; que o fim último - ou primeiro - não estaria na chegada, mas no caminho por vezes tomado como literal, aonde o corpo aprende a se deslocar segundo o espírito, e não segundo o corpo; aonde os corpos possam, enfim, conviver harmonicamente segundo o Espírito, numa reunião espiritual em que todos são literalmente iguais, independentes dos corpos e adereços atrelados aos mesmos. E o blogueiro "desce" do pedestal que construiu para si mesmo.